Naquele asilo habita um velho triste, abandonado, vive só.
Um dia já foi uma criança que uma mãe acalentou e amamentou com carinho. Um jovem apaixonado pelos seus ideais. Quantas conquistas! Quantas histórias para contar, mas não há ninguém para ouví-las. A vida tirou dele a juventude, o dinheiro, os amigos, até mesmo os filhos, que o deixaram ali, sem piedade, num asilo onde como ele muitos estão. Sua voz embargada pela saudade, quase nem sai, as lágrimas do choro do abandono embaralham seus olhos e cobre seu rosto envelhecido e cansado. Tantas coisas construiu, tanto trabalhou, ainda tem inteligencia, lucidez, ainda é útil, mas ninguém acredita nele, pois está velho. As experiencias que tem para passar não interessa, pois estão ultrapassadas, os jovens estão sempre com pressa, não teêm tempo para ouví-las. Os jovens na sua ignorancia, ainda não aprenderam que o velho morrerá e que o mesmo asilo ficará a espera dele, quando envelhecer e o seu filho fazer com ele o mesmo que ele fez com seus pais. Jovens valorizem e amem, seus pais, seus avós, enquanto eles vivem, pois o coração de um velho não envelhece e a vida não lhe dará chance para se redimir, porque o tempo passa muito rápido e a morte chega em qualquer tempo, tanto para o velho como para o moço. (Dedicado ao meus amigos velhinhos do Lar São de Paula de Itararé, onde prestei serviços como noviça, amo vocês.) Gely Arruda
Enviado por Gely Arruda em 30/11/2009
Alterado em 18/04/2013 Copyright © 2009. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |