Gely Arruda

Contos e Poesias

Textos


                     Naquele asilo habita um velho triste, abandonado, vive só. 
                     Um dia já foi uma criança que uma mãe acalentou e amamentou com carinho.
                    Um jovem apaixonado pelos seus ideais. Quantas conquistas! Quantas histórias para contar, mas não há ninguém para ouví-las. 
                    A vida tirou dele a juventude, o dinheiro, os amigos, até mesmo os filhos, que o deixaram ali, sem piedade, num asilo onde como ele muitos estão.         
                   Sua voz embargada pela saudade, quase nem sai, as lágrimas do choro do abandono embaralham seus olhos e cobre seu rosto envelhecido e cansado.      
                  Tantas coisas construiu, tanto trabalhou, ainda tem inteligencia, lucidez, ainda é útil, mas ninguém acredita nele, pois está velho. 
                  As experiencias que tem para passar não interessa, pois estão ultrapassadas, os jovens estão sempre com pressa, não teêm tempo para ouví-las.
                  Os jovens na sua ignorancia, ainda não aprenderam que o velho morrerá e que o mesmo asilo ficará a espera dele, quando envelhecer e o seu filho fazer com ele o mesmo que ele fez com seus pais.
                Jovens valorizem e amem, seus pais, seus avós, enquanto eles vivem, pois o coração de um velho não envelhece e a vida não lhe dará chance para se redimir, porque o tempo passa muito rápido e a morte chega em qualquer tempo, tanto para o velho como para o moço. 


                        (Dedicado ao meus amigos  velhinhos do Lar São de  Paula  de  Itararé, onde prestei serviços como noviça, amo vocês.)
Gely Arruda
Enviado por Gely Arruda em 30/11/2009
Alterado em 18/04/2013
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